Chapter 65: Capítulo 64
Chapter 65: Capítulo 64
Últimos capítulos.
Diego.
Estava atordoado, sem saber o que fazer e sobre o que pensar. Parecia estar tudo bem quando me
tiraram da sala, pelo o pouco que eu tinha escutado Manuela tinha tido uma parada cardíaca e eu não
podia ficar na mesma. Antes de Manuela entrar na sala, tinham conversado comigo que seria um parto
arriscado, eu arquei com as consequências e agora rezava para que ela ficasse bem.
— Fica tranquilo, ela vai ficar bem — Alex me entregou um copo d'água e passou a mão nas minha
costas.
Todos estavam no hospital, estavam alegre com o nascimento do bebê mas ainda preocupados com a
Manuela. Gabriel que deu entrada com os documentos dela assim que chegamos aqui, ainda estava
maior clima entre a gente mas isso não era um problema meu e sim dele e da Manuela.
Quando deu umas onze horas da noite, todo pessoal foi embora ficando apenas eu e Gabriel no
hospital. Alex e Lya queriam até ficar mais um pouco mas eu insistir para que fossem já que ambos
teriam que acordar cedo do dia seguinte. Estávamos sentados no banco na sala de espera, eu
passaria a noite toda ali até ter alguma notícia da Manuela, os minutos iam passando e eu ia ficando
mais tenso.
— Tu acha que ela vai me perdoar? — Gabriel olhou pra mim. Ele estava de casaco com as duas
mãos no bolso do mesmo.
— Não sei — dei ombros e me ajeitei na cadeira.
Como eu odiava drama familiar.
— Se fosse você no lugar dela, você perdoaria? — puxou as mangas pra cima.
— Não — o olhei rápido.
Trocamos algumas palavras, apesar de não querer muito assunto com Gabriel, eu me esforçava pra
pelo menos responder o básico a ele e o bom foi que ele viu que eu não queria papo e parou de
tagarelar. Duas da manhã, nada de notícia da Manuela e eu não conseguia pregar os olhos.
Gabriel dormia sentado, me levantei e fui até a cafeteira que tinha no hospital. Chequei o celular, havia
milhares de mensagens e ligações perdidas do meu pai. Não me dei o trabalho de nenhuma delas, eu
tinha coisas mais importantes para me preocupar e ele não estava incluso.
Voltei pra salinha de espera segurando meu café expresso. Na porta vi que o médico conversava com
Gabriel, apertei meus passos e parei no lado do mesmo pegando a metade da conversa. Manuela
estava desacordada por conta das medicações, nada muito preocupante pois pelo o que o médico
disse ela estava bem e se recuperando.
Eu suspirei aliviado após ele dizer isso.
O bebê também estava bem, ele era forte e não havia nada de errado com ele. Era tudo que eu tinha
pedido a Deus, a Manu e o meu filho bem. Não queria mais nada do que isso, pra mim já era o
suficiente. O médico liberou a gente para podermos vê-la, ela estava no quarto andar, chamamos o
elevador e entramos no mesmo.
O doutor abriu a porta para nós, agradecemos e entramos. Ver Manuela bem, não tive dúvidas de que
ela era uma guerreira, era uma menina forte porque além de ter passado por um momento horrível
esses dias, protegeu nosso filho acima de tudo e se protegeu também. Gabriel iria embora, eram três
da manhã quase e ele iria trabalhar no dia seguinte.
Foi até bom, já que com a Manuela só podia ficar um acompanhante.
Sentei na poltrona ao lado da cama de Manuela, relaxei e deixei o sono me levar. Eu estava morto de
cansaço e hoje o dia tinha sido tenso demais.
...
Estava voltando pra sala onde Manuela estava, acordei lá para às nove da manhã, tinha visto o
Benjamin na neonatal e agora tomava meu café expresso. Ver meu garoto tinha melhorado meu dia
cem porcento, os médicos falavam que ele tinha nascido forte e que talvez nem precisaria ficar
internado tanto tempo no hospital como a maioria dois bebês prematuros.
Eu não via a hora de tê-lo nos braços.
Abri a porta devagar, guardei o celular no bolso e fui recebido com uns olhinhos verdes me olhando.
Ela tinha acordado.
— Isso é café? — olhou para o copo em cima da mesa — pelo o amor de Deus, não aguento mais
beber esse suco horroroso — disse rouca.
— Já acorda resmungando, está ótima, de alta já — rimos — como você está? — passei a mão nos
seus cabelos.
— Com a periquita remendada — fez bico — como que está ele? Você viu o Ben? — assenti.
— Está bem, ele é a minha cara — me gabei. Sentei na poltrona bebericando meu café.
— É, dizem que os bebês prematuros são feinhos mesmo — virou a cabeça pra mim e mandou um
beijo no ar.
Logo depois a enfermeira a levou para tomar banho. Fiquei mexendo no celular recusando todas as
mensagens e ligações do meu pai, ele estava igual louco atrás de mim e uma hora ou outra eu iria ter
que encarar a fera.
Mas essa hora não precisava ser agora.
Mensagem on.
Eu
Você enviou uma foto.
Alex
Graças a Deus os dois bem
Vamos beber pra comemorar?
Victor
Alex, pelo o amor de Deus
off.
— Seu irmão esteve aqui — disse sério. Manuela que se ajeitava na cama após o banho, parou e me
olhou — ele ficou aqui até ter notícias suas.
— O que ele queria? — sua voz estava embarbagada. Têxt © NôvelDrama.Org.
— Se resolver com você — coloquei as duas mãos no bolso da bermuda.
Ela riu sarcasticamente e ficou fitando o chão por um tempo. Manuela não disse mais nada, eu a
respeitei e não prolonguei o assunto. Ficamos conversando sobre o que tinha rolado esses últimos
dias, depois que ela recebe alta ainda teria que ir á delegacia prestar depoimento pois ainda tinham
dois capangas do Gael vivos e presos.
Eu precisava ir em casa, a Lya iria ficar com Manuela durante a tarde e eu só estava esperando a
mesma chegar.
— Cheguei, amados — a mesma abriu a porta segurando uma mochila em um ombro só — nossa é
tanto médico gato nesse hospital, errei até o caminho.
Ri e me levantei para cumprimentá-la e me despedir de Manuela.
— Tô indo nessa — dei um beijo na testa de Manuela.
A mesma me puxou, segurou meu rosto com as duas mãos e me beijou. Terminamos com dois
selinhos no final, a olhei e sorri.
— Obrigada — disse ainda com os rostos próximos.
Apenas dei um selinho demorado e meti meu pé. Manuela me fazia sentir algo que eu nunca tinha
sentido por ninguém, era confuso quando se tratava da gente, eu não entendia muito bem. Apertei o
botão do carro, o mesmo destravou e eu entrei. Apoiei minha cabeça no banco, soltei um suspiro
fundo e passei a mão entre os cabelos.
Todo pesadelo tinha acabado e daqui pra frente seria só paz.