NÓS

Chapter 22: Capítulo 21

Um mês já tinha se passado depois da viagem e estava sendo uma mês de pura tortura. As aulas

agora eram pra valer, se antes os professores já socavam matéria na gente agora eram duas vezes

mais.

Eu já estava saturada.

Estava tendo aula do Roberto e eu estava cheia de sono mesmo dormindo quase sua aula toda.

Assim que voltou as aulas eu contei tudo para as meninas sobre o carnaval inclusive sobre Diego e

Lya surtou, disse até que isso iria dar casamento.

Maluca, não é?

Eu não vi mais Diego depois que voltamos de viagem, na verdade, não vi nenhum dos meninos. E foi

até bom, o que aconteceu em Angra eu já nem pensava direito mais e provavelmente nem ele.

Tudo perfeito, estava ótimo assim.

Caio me mandou algumas mensagens durante o mês e até sugeriu da gente se encontrar qualquer dia

desses e eu que não sou nada boa concordei, achei ótima a ideia. Ele era uma pessoa legal e eu

gostava de conversar com ele.

— Que aula chata — Lya sussurrou em meu ouvido.

— Nem me fala — sussurrei também.

A aula de Roberto eram os últimos tempos então quando acabou a aula do mesmo já era a hora da

saída. Sai de sala conversando com as meninas e nos encontramos com os meninos no corredor,

Gusta abraçou Naty de lado e deu um beijo na testa da mesma.

- Que Carnaval foi esse, hein - dei um sorriso de lado.

- Revelador - Pedro riu e nós também.

Fiquei um tempo no colégio com o pessoal, mesmo depois de passarmos um mês fofocando sobre o

que aconteceu nesse mini recesso, ainda tinha fofoca.

Não acabava nunca.

Uma e pouca eu fui embora, me despedi de todo mundo e fui andando para o ponto de ônibus

escutando música no fone, na rua eu amava usá-lo, sempre ignorava alguns conhecidos e colocava a

culpa no mesmo. Belonging © NôvelDram/a.Org.

Pagar de maluca era comigo mesmo.

Peguei o ônibus cheio, tinha adorado para não falar ao contrário. Depois de uns vinte minutos cheguei

na rua do meu prédio, não estava tão calor como de costume no Rio de janeiro, estava um tempo

meio frio.

Eu adorava clima assim.

Vi Diego no outro lado da rua encostado no carro, quando me viu veio atravessando a mesma

lentamente e eu fingi que não o vi. Abri o portão e entrei, ouvi o mesmo fechar e a voz de Diego assim

que cumprimentou o porteiro.

Só podia ser brincadeira, tava adorando esse mês que passou sem ver a cara dele.

Apressei meus passos e entrei no elevador apertando o botão rápido para que a porra fechasse mas o

azar é tão grande que Diego conseguiu colocar a mão na porta fazendo que segurasse o elevador e

entrasse no mesmo. Fomos em silêncio até chegar no meu andar, o que esse garoto estava

querendo?

- O que que é, Diego? - disse antes de abrir a porta.

- Agora eu não posso vir mais na casa do meu amigo? - cruzou os braços.

- Seu amigo não está, volte na próxima - entrei e fechei rápido tentando deixá-lo lá fora.

- Mal educada - bufou e entrou.

Eu estava prestes a cuspir fogo, não entendia o quanto Diego conseguia ser tão incoveniente.

- Vai fazer o que de comer pra gente? - gritou da sala.

O ignorei e entrei no meu quarto com o sangue fervendo. Larguei a mochila em qualquer canto e fui

direto para o banheiro tomar uma ducha. Sai do mesmo com uma toalha no corpo, vesti uma calcinha

de algodão branca e coloquei um top da Calvin Klein preto. Passei hidratante no corpo, prendi meu

cabelo em um coque e por último vesti minha calça de moletom tipo dye cinza.

Voltei pra sala e Diego estava sentado no sofá mexendo no telefone, o ignorei e fui pra cozinha eu

estava cheia de fome e não tinha nada pra comer.

- Faz algo bom, pelo o amor de Deus - se encostou na bancada.

- É só não comer - pisquei.

- Você é muito marrenta, sabia? - foi se aproximando aos poucos.

Eu fui olhando de canto até ele parar bem do meu lado.

- Você jura? - virei de frente para o mesmo.

Diego olhou rápido para os meus lábios, nós estávamos bem próximos, se Gabriel chegasse nós

estávamos fodidos.

- Para de meter essa marra, Manuela.

- Eu meto a marra que eu quiser - disse pausadamente.

- Nem sempre - deu um sorriso de lado e se afastou.

Eu segurava uma panela na mão e minha vontade era de bater com tudo com a mesma na cabeça

dele.

Que garoto ridículo.

Fiz arroz e um Strogonoff rápido, me servi e sentei no sofá pra comer. Não era porque eu que tinha

feito não mas estava maravilhoso. Coloquei no desenho e assisti o mesmo enquanto almoçava.

- Desenho, sério? - Diego se sentou no sofá segurando prato.

Rolei os olhos e continuei vendo meu Tom e Jerry.

Eu amava.

Terminei de comer e lavei tudo o que eu tinha sujado enquanto fiz o almoço. Fui no meu quarto e

escovei meus dentes, apesar de estar odiando sua presença aqui não iria ser tão tóxica ao ponto de

deixar Diego sozinho.

Voltei pra sala enrolada na coberta e deitei no sofá que estava vazio. Ficamos em silêncio vendo

televisão, o único barulho que se escutava era minha risada assistindo desenho. As vezes sentia

olhares de Diego sobre mim mas sempre achava que era coisa da minha cabeça.

Adormeci ali mesmo, eu estava mega cansada, ainda estava me acostumando com esse ritmo de

novo.

Saudades, férias.