Capítulo 40
Capítulo 40
Nos próximos dois dias, mesmo ao ir ao hospital, Liliane estava acompanhada por dois seguranças. No entanto, ela não se incomodava, afinal, ainda não sabia quem era o assassino.
A única complicação era que ela não podia fazer o exame de gravidez no departamento de ginecologia.
Depois de pensar bastante, Liliane enviou uma mensagem para Marcela.
“Marcela, você poderia me ajudar?”
A resposta de Marcela foi rápida.
“Claro, o que você precisa?”
Liliane explicou brevemente a situação e o que gostaria de fazer.
“Preciso ir agora?“– Perguntou Marcela..
“Sim, pode ser?” – Respondeu Liliane.
“É claro, às dez horas, nos encontramos na entrada do hospital.” – Disse Marcela.
Vendo que já eram nove horas, Liliane trocou de roupa e saiu. Ao chegar à entrada do hospital, Marcela olhou fixamente para os seguranças robustos atrás de Liliane e comentou:
–
– O chefe realmente tem um gosto único em selecionar pessoas, ninguém ousaria se aproximar.
– Vamos entrar. – Disse Liliane, suspirando.
Sob o pretexto de acompanhar Marcela para um exame, Liliane conseguiu ver o médico para fazer uma ultrassonografia.
No almoço, as duas escolheram um restaurante local para comer. Os seguranças ficaram na entrada, lhes proporcionando a oportunidade de conversar.
– Lili, os médicos disseram que em três meses será visível. Eu sugiro que você pense em contar ao chefe. Disse Marcela, preocupada, olhando para a barriga
de Liliane.
Não é meu plano. – Respondeu Liliane, dando um gole na água.
– Você já pensou que
– Você já pensou que o chefe pode escolher ficar ao seu lado por causa do bebê? Não me diga que, depois de todos esses anos, você não tem sentimentos por ele! Aconselhou Marcela.
As palavras de Marcela a pegaram desprevenida.
Se ela tivesse sentimentos, e daí?
Ela nunca imaginou que William a manteria por perto, muito menos que competiria com Mavis por algo.
Além disso, ela não podia arriscar revelar a situação e correr o risco de perder o bebê.
– Lili! Pense nisso, as crianças de famílias monoparentais enfrentam muitos julgamentos desde pequenas. Você não tem medo de que seu filho inveje o carinho paterno de outras crianças e pergunte onde está o pai dele? – Questionou Marcela.
– Ainda não pensei nisso… Respondeu Liliane.
– Você pode tentar abordar o assunto de maneira sutil, é melhor do que não perguntar nada! Disse Marcela, soltando um respiro.
–
– Lá vou eu. – –
Liliane respirou. Vou encontrar uma oportunidade para tentar.
De volta ao Jardim Azul.
William e Jorge estavam na sala, discutindo.
– Sr. William, nos últimos dois dias, não descobrimos nada. Essa pessoa tem habilidades de contraespionagem consideráveis. Por favor, me dê mais tempo. – Explicou Jorge.
– O que eu quero são resultados, não explicações! – Falou William, com voz dura, seu rosto elegante ficou sombrio.
– Sim, Sr. William. – Respondeu Jorge, franzindo a testa e baixando a cabeça.
– A festa anual da empresa é depois de amanhã, muitas pessoas estarão lá. A segurança deve ser impecável, sem nenhum descuido. Disse William, com uma expressão de dor, massageando as têmporas.
Jorge assentiu e ao se virar para sair, encontrou Liliane. Eles trocaram
cumprimentos e ele saiu.
Liliane entrou na sala de chinelos e encontrou William.
Pensando nas palavras de Marcela, Liliane evitou inconscientemente o olhar dele.
–
Vou subir primeiro. Disse Liliane.
O que você foi fazer no departamento de ginecologia? Questionou William,
com uma voz frio.
–
O coração de Liliane deu um pulo.
Apertando as mãos, ela ergueu os olhos para o homem que a avaliava.
Acompanhei Marcela para um exame. Respondeu Liliane, com firmeza.
– É melhor que você não pegue nenhuma doença lá fora. – Disse William, em tom
sarcástico.
A expressão de Liliane ficou feia, retrucando:
Se é assim que você pensa, Sr. William, por favor, não encoste mais em mim. Não quero sujar seu corpo. Com isso, Liliane se dirigiu à escada, deixando cair mais uma frase leve. Além disso, é normal as mulheres irem ao hospital para exames todos os anos. Sr. William, não precisa se surpreender tanto.
Antes que a irritação surgisse nos olhos de William, a figura de Liliane já havia desaparecido no topo da escada.
No dia seguinte.
O vice–presidente convocou uma reunião para todos os funcionários, anunciando a data e o local da festa anual da empresa.
– Lili, o chefe vem amanhã, né? – Sussurrou Marcela, ao lado de Liliane.
Provavelmente. – Assentiu Liliane.
E você? Vai participar? – Continuou Marcela.
– Sim, vou participar. Disse Liliane, abrindo um sorriso.
Todos os anos, a sorte dela nas festas não era ruim. Ou ganhava um celular, ou um laptop, ou alguns milhares de reais em prêmios.
Isso era dinheiro e ela não queria recusar, afinal, quem sabia se amanhã o dinheiro seria suficiente?
Então amanhã você fica perto do chefe. E se ele insistir que você beba? – Perguntou Marcela, apertando o braço de Liliane.
Eu darei um jeito. Disse Liliane, sorrindo de leve.
–
A conversa das duas foi ouvida por Mavis.
Após o término da reunião, Mavis foi até a escada e ligou para Pablo.
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